A Flixel é uma bem-sucedida startup de tecnologia que produz fascinantes híbridos de vídeos e fotografias, conhecidos como cinemagrafias.
A empresa foi homenageada com um Apple Design Award e Best of 2014 na App Store, e eles também estão integrados ao Facebook.
Apesar do sucesso, eles quase não chegaram lá.
Veja como conseguiram.
Nesta breve edição do TGIM, você irá...
- Aprender por que chegar primeiro é mais importante do que ser perfeito.
- Descobrir o poder do “pivot”, e como ele pode salvar seu negócio.
- Entender por que entrar depois no mercado não é a sentença de morte que você talvez pense que seja.
Confira a entrevista completa abaixo:
Inscreva-se para o TGIM no iTunes
Os usuários do sistema Android podem fazer a inscrição ao programa no Google Play.
Transcrição:
Locutor: a Flixel é uma startup de tecnologia bem-sucedida. A empresa foi fundada em 2011, e eles produzem um software bastante popular de criação de cinemagrafias, que são esses fascinantes híbridos de vídeos e fotografias. A Flixel foi homenageada com um Apple Design Award e Best of 2014 na App Store, portanto, eles estão indo muito bem. Assim como muitas startups de tecnologia, eles chegaram onde hoje estão primeiramente sobrevivendo a uma montanha-russa cheia de curvas e voltas inesperadas em seu negócio. A grande lição que a história da Flixel nos conta é que devemos simplesmente segurar firme e não desistir.
Locutor: se você for um usuário regular do Facebook, assiste ao HBO ou já viu um daqueles vídeos de “time lapse” na internet, é provável que já tenha assistido a uma cinemagrafia, mesmo que não soubesse como ela se chamava. Uma cinemagrafia é uma foto em movimento. É o resultado da combinação de vídeos com fotos estáticas. Phil LeBlanc se recorda da primeira vez que viu uma dessas. Foi há mais de cinco anos.
Phil LeBlanc: parecia algo como o Instagram com anabolizantes. Eram imagens tão lindas e atraentes, algo impressionante.
Locutor: Phil queria criar uma cinemagrafia própria. Ele pensou: “Deve haver um app para isso”. Mas não havia. A tecnologia era razoavelmente nova àquela época. Então, ele imaginou: “Eu deveria criar um app para isso”. Sendo um empreendedor, Phil sabia que não deveria ser o único a ter aquela ideia.
Phil LeBlanc: a partir disso, foi uma corrida. Eu não sou desenvolvedor, então, estava ciente de que precisava de pessoas talentosas para ajudar com toda a visão e execução da parte de desenvolvimento, trazendo suas experiências.
Locutor: Phil reuniu outros 3 cofundadores, e, no outono de 2011, eles inauguraram a Flixel. Phil admite que inicialmente estava bastante fixado na questão técnica, tentando incluir muitos recursos antes do lançamento do app, no começo de 2012.
Phil LeBlanc: esse foi um erro, pois nosso concorrente acabou lançando seu produto um mês antes do nosso, com quase nenhum dos recursos que tínhamos. Porém, como o lançamento foi feito um mês antes, eles ganharam impulso e simplesmente continuaram adicionando novas funcionalidades extras que possuíamos desde o primeiro dia. Eles obtiveram uma vantagem inicial enorme.
Locutor: essa foi a primeira lição de negócios para a Flixel.
Phil LeBlanc: a partir daí, aprendemos que é melhor contar com um produto minimamente viável, mesmo que ele não tenha todos os recursos adicionais necessários, e fazer seu lançamento. E, então, obter feedback e prosseguir o mais rápido possível.
Locutor: a Flixel obteve uma quantidade razoável de downloads com seu app inicial, mas ele nunca chegou à altura do principal concorrente. Alguns dos investidores sugeriram que eles desistissem, apenas jogassem a toalha. Mas eis o detalhe: Phil é ex-jogador profissional de tênis e não entende o conceito de desistir. Na cabeça dele, a partida não estava encerrada; ele precisava somente mudar sua estratégia. Essa parte da história é amplamente conhecida no mundo das startups como “pivot”: uma alteração na direção para ajudar a salvar a empresa de uma eventual derrocada. Phil estudou as métricas e descobriu que tanto a Flixel quanto sua principal concorrente estavam focando no mercado errado.
Phil LeBlanc: nós estávamos cavando o buraco errado, sabe? No empreendedorismo, você tenta encontrar a estratégia certa e, então, prosseguir o mais rápido possível. Basicamente, caso sua estratégia esteja errada, não importa sua velocidade: você descobrirá que simplesmente não está no lugar certo.
Locutor: Phil percebeu que a maioria das pessoas não iria criar cinemagrafias todos os dias. Eles passaram a segmentar um grupo completamente diferente: a indústria de marketing e publicidade. Esse é um grupo que poderia entender o valor de uma cinemagrafia e estaria disposto a pagar por ela. Em outras palavras, a Flixel talvez estivesse perdendo a corrida, mas acontece que eles estavam na pista errada. Então, mudaram de direção. Entretanto, para obter êxito, eles precisavam criar um produto de melhor qualidade. Isso significava remodelar toda a sua tecnologia. O único problema: eles já estavam sem dinheiro.
Phil LeBlanc: foi uma daquelas situações infelizes, na qual sabíamos aonde o disco de hóquei estava indo, mas não podíamos comprar os patins – utilizando a famosa analogia de Wayne Gretzky. Isso era um problema. Realmente precisávamos de um milagre naquele momento.
Locutor: o que eles precisavam era cortar custos dramaticamente. Isso levou à saída de um dos cofundadores, Mark Homza, o cara do marketing. Foi o ponto baixo da breve história da empresa. Então, adiantando alguns meses à frente, um milagre realmente aconteceu. Aqui vem a parte engraçada: o milagre aconteceu com Homza. Ele conseguiu um lead. A supermodelo Tyra Banks queria utilizar cinemagrafias em seu famoso programa de TV, America’s Next Top Model.
Phil LeBlanc: no começo, quando ele disse isso, eu pensei que Mark estava ficando louco, porque era algo do tipo: “Ele não está mais com a gente, por que está falando que o America’s Next Top Model quer telefonar para nós?” Na verdade, ele estava viajando para Los Angeles por outro motivo. Eu disse: “Eu nem consigo pagar a viagem neste momento. Você já está aí e é um dos cofundadores”. Ele foi lá e fez sua apresentação pela primeira vez – e o pessoal do programa gostou. Em seguida, acabei viajando para a cidade, e nós apostamos nisso. No final das contas, era uma aposta acertada. Voltamos aos holofotes e conseguimos um novo investimento.
Locutor: a Flixel não conseguiu somente novos negócios, mas também outros investidores, incluindo a própria Tyra Banks. É isto mesmo: a supermodelo Tyra Banks se tornou investidora e continua com eles até hoje. Isso foi outra lição para a Flixel: nunca desistir.
Phil LeBlanc: esse realmente foi um ponto de mudança para a empresa. Sempre digo para outros fundadores: “Se você realmente quer vencer, independentemente do que faça, certifique-se de permanecer na disputa. Não será possível vencer, se você jogar a toalha”.
Locutor: o impulso ficou cada vez maior, a partir daí. Em 2014, o app de cinemagrafia da Flixel ganhou o prestigioso prêmio de design da Apple. Então, o Facebook entrou em contato.
Phil LeBlanc: essa foi uma daquelas rupturas incríveis.
Locutor: atualmente, diversas marcas famosas utilizam a tecnologia da Flixel, incluindo A&E, Mercedes Benz, Mashable, HBO e, claro, Facebook. Phil não comenta sobre a receita da Flixel, mas afirma que a empresa encontrou sua proposta de valor através de anúncios no Facebook – e está em vias de triplicar os lucros neste ano, em comparação ao ano anterior. Quanto àquele concorrente da Flixel? Eles também fizeram seu “pivot”. Agora, estão concorrendo diretamente com o Snapchat. Olhando para o passado, Phil, novamente tomando emprestado metáforas de seus anos como tenista competidor, diz que o empreendedorismo tem a ver com jogar uma partida longa.
Phil LeBlanc: para mim, o que importa é ter a atitude certa. O que eu aprendi com as competições de tênis é que você deve se manter bastante focado no processo, e não ficar impactado pelos resultados. Estes ainda devem ser observados, mas não se deve ficar emocionalmente ligado a eles. Essa é provavelmente a maior lição recebida durante a história da empresa. Tal desafio sempre existirá. Ele vai muito além do empreendedorismo. Trata-se realmente, em minha opinião, do desafio da vida.
Notas do programa:
Sobre o TGIM: o TGIM é um podcast voltado às pessoas que não veem a hora da semana começar. Em cada episódio, nós traremos histórias inspiradoras de empreendedores que superaram obstáculos, construíram empresas incríveis e agora estão vivendo a vida que sonhavam.
Sobre o autor
Jordan Simas é escritor do Shopify, maluco por banquetes de sushi e apaixonado por efeitos sonoros de sintetizadores.
Ler mais
- 6 Ferramentas Online que Qualquer Empreendedor Precisa Conhecer
- Como otimizar uma loja física- estratégias de ponto de compra
- A Melhor Forma para Obter Resultados na Sua Startup de E-commerce
- Como ganhar R$ 100, R$ 500 ou R$ 1000 por mês com um pequeno negócio pode mudar a sua vida
- 4 dicas para marcar presença em feiras e eventos sem dor de cabeça
- Praticidade e organização- como usar o Business Model Canvas para revolucionar sua empresa
- 10 estratégias para cumprir as promessas de ano novo da sua pequena empresa
- Dicas financeiras para lojistas de primeira viagem
- Compensações de carbono- o que são e como selecionamos projetos?
- 8 dicas de gestão do tempo para freelancers